quarta-feira, 29 de junho de 2011

O resgate da Asa Branca

A ave Asa Branca (Patagioenas picazuro)
                  
                             No domingo, dia 26 de junho, uma tarde de muita chuva, os vizinhos João e Maria Rita vieram me chamar em casa, na zona sul de São Paulo. Eles encontraram no jardim do prédio, perto do Parque Severo Gomes, um pombo caído e machucado. Segundo o porteiro, a ave bateu em vidro do prédio e tombou no chão atordoada. Os amigos João e Maria Rita estavam determinados a cuidar daquele pombo. Fui lá ver o animal e dar uma força com meus poucos conhecimentos de aves. Percebi machucado no lado direito do peito, no bico. O pé direito não se movia, mas as asas não estavam quebradas. A ave ficou em uma caixa na cozinha. Sua recuperação era incerta, naquele momento. No dia seguinte, mais tranquilos, observamos com cuidado as penas de cor marrom e os olhos contornados por tecido vermelho. A ave comeu fruta. Talvez, não fosse um pombo doméstico, destes que vemos no Centro de São Paulo e do Rio de Janeiro. Fui procurar informações no belíssimo livro "Fauna Silvestre" de São Paulo, editado pela Secretaria Municipal do Verde e do Meio Ambiente (trabalho coordenado por Anelisa Ferreira de Almeida Magalhães e Marcos Kawall Vasconcellos). E lá na página 185 estava a foto de nosso amigo em um galho de árvore: o pombo resgatado é a ave Asa Branca (nome da espécie é Patagioenas picazuro), um animal considerado da fauna paulistana, que habita uma região extensa do Brasil e é comum no  cerrado nordestino. Em São Paulo, pode ser visto no Parque do Ibirapuera. A Asa Branca foi imortalizada na canção de Luiz Gonzaga. 
Na asa, a 'faixa' branca, característica da espécie
Imediatamente, fizemos contato com a Divisão Técnica de Medicina Veterinária e Manejo da Fauna Silvestre, o Depave3, da Prefeitura de São Paulo. Como estudante de Medicina Veterinária, sabia que a ave machucada precisava de cuidados especializados e que havia para ela um hospital específico mantido pela Secretaria do Verde e do Meio Ambiente. Coisa de primeiro mundo. Já estive lá outras vezes. Trata-se de uma equipe dedicada e competente, que cuida apenas de silvestres. Enviei um e-mail e eles solicitaram fotos do pombo. Graças aos cuidados de João e Maria Rita, a ave resistiu nestes dias de frio e foi entregue na tarde desta quarta-feira, dia 29 de junho, às 13h30 ao Depave3, onde será tratada e encaminhada, possivelmente, para a natureza. Esperamos uma breve recuperação do nosso amigo pombo Asa Branca, um lutador, que conta com as nossas orações.
Sexta-feira, dia 1.º de julhoA pedido dos amigos deste blog, segue o boletim dos veterinários de animais silvestres sobre o estado de saúde do pombinho: a ave está se recuperando bem, e comendo. Os exames mostraram que tem a clavícula quebrada, hematomas no corpo (peito) e o olho direito inflamado. Os veterinários estão confiantes em sua recuperação.

     Reproduzo aqui a letra (original) da canção de Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira:

                               "Quando oiei a terra ardendo,
                                Qual fogueira de São João,
                                Eu perguntei a Deus do céu, ai
                                Por que tamanha judiação...
                                 
                                Que braseiro, que fornáia,
                                Nem um pé de prantação,
                                Por farta d'água perdi meu gado,          
                                Morreu de sede meu alazão...

                                Inté mesmo a asa branca
                                Bateu asas do sertão
                                Entonce eu disse, adeus, Rosinha,
                                Guarda contigo o meu coração...

                                Hoje, longe muitas léguas,
                                Numa triste solidão,
                                Espero a chuva cair de novo
                                Pra mim vortá pro meu sertão...

                                Quando o verde de teus óio
                                Se espaiá na prantação
                                Eu te asseguro, num chore não, viu
                                Que eu voltarei, viu, meu coração..."  
  

segunda-feira, 27 de junho de 2011

'Cão Sem Dono' consegue liminar na Justiça e a interdição da sede é suspensa

                   O presidente da ONG Cão Sem Dono, Rafael Miranda, conseguiu, nesta tarde, uma liminar na Justiça que suspendeu a interdição da instituição, o que foi solicitado na semana passada por ação do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) de Itapecerica da Serra. A sede da ONG está em terreno localizado no município de Itapecerica da Serra, e lá estão abrigados 120 animais, que foram resgatados das ruas e do abandono. "Os animais não serão mais retirados da sede do Cão Sem Dono porque a Justiça irá examinar, a partir de agora, o mérito do problema, e para isso não há prazo determinado", disse Miranda, em entrevista ao blog AnimaisOk.
                  Segundo Miranda, a notícia de que a Companhia Ambiental do Estado de São Paulo(Cetesb) não tem nenhum processo contra a ONG Cão Sem Dono contribuiu para a obtenção da liminar na Justiça. Fontes de Itapecerica da Serra afirmavam o contrário. A informação oficial da Cetesb foi publicada em primeira mão por este blog na quarta-feira, dia 22 de junho.
                  Confiamos na Justiça e apelamos para o bom senso das autoridades para que o caso tenha um desfecho favorável, que respeite os animais abrigados e reconheça o trabalho  desenvolvido pela ONG Cão Sem Dono.   





   

sábado, 25 de junho de 2011

'Cão Sem Dono' se diz ameaçado e tem sede interditada em Itapecerica da Serra (SP)


A sede da entidade, em Itapecerica da Serra: abrigo de 120 animais.
                      

A Organização Não-Governamental (ONG) Cão Sem Dono, que tem sede em terreno de Itapecerica da Serra, na Grande São Paulo, poderá ser despejada nos próximos dias, depois de enfrentar perseguição de funcionários do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) local, que é subordinado à Secretaria Estadual de Saúde. A denúncia é do presidente do Cão Sem Dono, Rafael Miranda, uma entidade com trabalho sério na área da proteção aos animais. Miranda concedeu entrevista a este blog. "A perseguição teve início logo que chegamos no município para trabalhar com os cães e gatos abandonados. Nada justifica a interdição", disse Miranda. O Cão Sem Dono tem, no momento, 120 animais vivendo em seus canis no terreno de Itapecerica da Serra. São animais que aguardam uma adoção. Neste domingo, dia 26, o Cão Sem Dono fará feira de doação de animais na avenida Engenheiro Armando Arruda Pereira, número 2.022, das 11 horas às 17 horas.

O presidente Rafael Miranda
"O Cão Sem Dono vem sendo constantemente aterrorizado pelo CCZ de Itapecerica da Serra. Na última semana, o CCZ esteve em nosso sítio quatro vezes. Todas elas de forma não cortez interrogando os nossos funcionários. Nesse ano foram mais de 10 vistas, algumas delas truculentas, com força policial e até levando um funcionário nosso preso injustamente", disse Rafael Miranda. "O Cão Sem Dono foi interditado por não apresentar alvará da Cetesb, ironia ou não, trata-se do mesmo alvará que o CCZ de Itapecerica da Serra, que está nos exigindo, não tem." A Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) nega qualquer relação com o problema, informa que não tem nenhum processo contra o Cão Sem Dono e diz que não concede nenhum tipo alvará de funcionamento. (leia comunicado no final desta reportagem).

Instalações do Cão Sem Dono

Cachorros para adoção/Divulgação
Segundo Rafael Miranda, o Cão Sem Dono conseguiu liminar na Justiça que garante a posse dos animais até domingo, 26 de junho. "Segunda feira, dia 27, nossos animais vão estar nas mãos do CCZ, por uma ordem judicial", disse Miranda. "Estamos preocupados com isso."
O caso exige mobilização de todos os que amam os animaias e o bom senso das autoridades de Itapecerica da Serra e do governo do Estado. Lembramos que os protetores e as ONGs são parceiras do Poder Público por resgatarem animais e por prestarem serviços à população.

Na quarta-feira, dia 22, a organização Cão Sem Dono lançou uma petição pública, para recolher assinaturas contra a ação do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) de Itapecerica da Serra. Segue o comunicado: "Estamos solicitando a todos que nos ajudem nesse momento difícil. Por favor preencham o abaixo assinado da Petição online:http://www.peticao24.com/cao_sem_dono_-_pelo_direito_de_poder_ajudar_os_animais#form
    

RESPOSTA DA CETESB:
Procurada pelo blog AnimaisOk, a Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) respondeu que não tem nenhum processo oficial contra a ONG Cão Sem Dono. A Cetesb informou na quarta-feira, dia 22, por meio de sua assessoria de imprensa, que não concede alvarás para esse tipo de atividade, o que foi citado por fontes em Itapecerica da Serra.
A gerência da Agência Ambiental do Embu, da Cetesb, disse, por meio da assessoria de imprensa, que a região onde estão os canis é de área de proteção de mananciais. Por se tratar de área de proteção ambiental de mananciais, pode ser que a Cetesb, caso faça uma vistoria no local, exija a regularização das construções ou a licença para o caso de supressão de vegetação.

Agradecemos a atenção e a resposta da Cetesb,
Ricardo Osman

quarta-feira, 22 de junho de 2011

Michael Jackson e o chimpanzé Bubbles

          O chimpanzé Bubbles e o cantor/Foto Divulgação
                                         Finalmente os fãs de Michael Jackson souberam o destino do chimpanzé Bubbles, o amigo inseparável do cantor. Michael Jackson gostava de animais e adotou o chimpanzé, que era usado em testes de laboratório de pesquisas sobre o câncer, em clínica do Texas. Bubbles chegou a gravar alguns vídeoclipes com Michael. O cantor reservou uma fortuna de milhões de dólares para o chimpanzé. Hoje, aos 28 anos, Bubbles vive em um abrigo para primatas na Flórida, com todo o conforto. Vale lembrar verso da canção Ben, sucesso de Michael, música feita para seu ratinho de estimação: "Com um amigo que eu possa chamar de meu/Eu nunca estarei sozinho."
                                         A história foi desvendada em documentário do canal Animal Planet,  exibido nesta sexta-feira, dia 24 de junho, às 22 horas. O documentário mostrou a visita da irmã de Michael Jackson ao chimpanzé Bubbles, vinte anos depois de terem se visto pela última vez. Foi emocionante o programa. Como disse a responsável por Bubbles na Flórida, o primata sobreviveu ao showbusiness.
                                         O programa "Michael Jackson e seu Chimpanzé" anunciava informações inéditas sobre o animal. "Saiba que caminho a vida de Bubbles tomou quando Michael não pode mais cuidar dele; indo até o local onde ele se encontra hoje, mais de 20 anos depois", diz a chamada do programa.
Na Televisão/Serviço: Programa: "Michael Jackson e seu Chimpanzé"
                                              Canal Animal Planet
                                              Sexta-feira, dia 24 de junho.
                                              Às 22 horas
                                              Duração: 1 hora.

segunda-feira, 20 de junho de 2011

As antas artistas do Zoológico de São Paulo

Anta de zoológico americano pinta um quadro/Foto de Divulgação
                        As antas do zoológico de São Paulo estão fazendo curso de pintura, a exemplo do que já fazem suas irmãs dos Estados Unidos. É uma maneira criativa de unir arte e campanhas de defesa da vida selvagem. Com o uso de tintas comestíveis, esse mamíferos pintam telas enquanto se divertem. A nossa colega, a repórter Mariana Missiaggia, que gosta e defende os animais, esteve no Zoológico de São Paulo para conferir a história. Mariana fez excelente reportagem sobre o assunto, que chega agora ao Brasil, para o Diário do Comércio, jornal da Associação Comercial de São Paulo (ACSP). O blog obteve autorização e exibe aqui a reportagem completa:

"Uma exposição de telas pintadas por antas desafiou os biólogos do Zoológico de São Paulo a, futuramente, também transformar esses nossos mamíferos em artistas plásticos. E para isso já há duas antas candidatas: Ritinha, de 3 anos, e sua mãe (ainda sem nome) de 12 anos...
http://www.dcomercio.com.br/index.php/cidades/sub-menu-cidades/67803-antas-do-zoo-de-sao-paulo-vao-ter-aulas-de-pintura

  

sexta-feira, 17 de junho de 2011

Protesto contra a morte de gatos no Rio de Janeiro

                            A Sociedade Educacional Fala Bicho, com sede no Rio de Janeiro, está convocando todos os protetores e amigos dos animais para manifestação na segunda-feira, dia 20, ao meio dia, diante do prédio da sede da Prefeitura, no bairro Cidade Nova, na rua Afonso Cavalcanti, número 455.
                            O protesto é contra a violência e a morte de gatos no Campo de Santana, parque localizado na Avenida Presidente Vargas, no Centro, diante da faculdade de Direito da UFRJ. Segundo as informações da Fala Bicho, os animais do Campo de Santana têm sido vítimas de abusos, maus-tratos e, no mês passado, um gato foi decapitado. A situação é inaceitável e exige providências das autoridades. O prefeito Eduardo Paes deve agir com rigor neste caso e mostrar que o Rio de Janeiro ama a Natureza e seus animais. Se você está no Rio, participe do protesto. Recentemente, a população se mobilizou na cidade de Ribeirão Preto, no interior de São Paulo, contra a morte de gatos, e conseguiu avanços nesta luta.


Cartaz da convocação da manifestação
Mais informações no blog: http://www.ogritodobicho.com/2011/06/manifestacao-na-porta-da-prefeitura-do.html                             

quinta-feira, 16 de junho de 2011

Os filhotes de leopardo-das-neves

Os raríssimos leopardos-das-neves: mamãe Mayhan e os três filhotes.
Foto de Divulgação/Zoo Basel
                          Uma cena espetacular: as primeiras imagens dos três filhotes gêmeos de leopardo-das-neves (Uncia uncia), que foram liberadas pelo zoológico de Basileia, na Suiça, onde os animais vivem. Os filhotes nasceram no dia 22 de abril deste ano.
                          Na natureza, os leopardos-das-neves vivem no topo do mundo, nas cadeias de montanhas da Ásia Central, entre as quais está o Himalaia. É uma espécie ameaçada de extinção por causa da caça dos seres humanos. As fotos dos três filhotes foram liberadas nesta quarta, dia 15 de junho, pelo zoológico da Suiça. A mamãe Mayhan aparece toda orgulhosa.
Para saber mais: http://www.zoobasel.ch/index.php

Um dos filhotes, explorando terrenos/Foto de Divulgação

Aprendendo a andar e a cair!/Foto Divulgação/Zoo Basel


segunda-feira, 13 de junho de 2011

Silvia, a protetora dos cães e gatos da Praça da Sé

A protetora Silvia Helena da Silva, no Centro de São Paulo.
ENTREVISTA EXCLUSIVA  _ Cenário de fundação da cidade e palco do movimento das Diretas Já, o Centro de São Paulo é local também de abandono de animais, como cães e gatos. A paulista Silvia Helena da Silva, de 49 anos, funcionária pública, é a última esperança destes bichos desamparados. Ela tem um olhar especial sobre a região que vai do Vale do Anhangabaú até a Praça da Sé, passando pelo Páteo do Colégio. Silvia é uma protetora voluntária de animais, que ajuda os moradores de rua a cuidar de seus bichos, providenciando remédios e vacinas, e que resgata os bichos abandonados no Centro, local onde são deixados muitos filhotes. Ela faz isso por conta própria e com os recursos do salário. Não recebe ajuda dos governos, que deveriam apoiar sua ação. Nesta entrevista, Silvia descreve o que acontece na Praça da Sé e arredores. Recentemente, acompanhei o resgate bem-sucedido que Silvia fez de dois filhotes de cachorro que viviam com moradores de rua na Praça da Sé. Os animais estavam com cinomose, uma doença grave, não dormiam direito, e Silvia conseguiu, depois de insistir, ficar com eles. Foram levados para tratamento em clínica veterinária da Avenida Ipiranga e receberam os nomes de Robinho e Elano. "Eles eram inseparáveis", disse Silvia.
AnimaisOk _ Quais os principais problemas que você encontra no Centro?
Silvia _ O Centro é um local de abandono de cães e gatos. Encontramos sempre animais "desovados" aqui, principalmente nos finais de semana. A maioria é de cachorros, em situação crítica, doentes, atropelados. Recentemente, resgatamos uma poodle na Praça da Sé, que estava no cio e ficou toda machucada. Houve briga entre os cães. Alguns moradores de rua não têm educação, não consideram que os animais precisam comer, beber e descansar, andam com filhotes à noite. Alguns moradores de rua utilizam-se dos cães até para arrecadar dinheiro de pessoas que tenham pena dos bichos. 


AnimaisOk _ Você tem apoio dos orgãos  municipais?
Silvia _ Não. A Guarda Municipal da Prefeitura, que tem base na Praça da Sé, poderia nos dar um suporte, ajudar no resgate dos animais, mas não faz nada. O Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) de São Paulo só vem ao Centro quando o bicho apresenta algum risco para as pessoas, mostra agressividade. Fora desta situação não há nenhum tipo de ajuda ou de resgate para cães abandonados ou vítimas de maus-tratos.
Ela trata dos animais de rua
AnimaisOk _ O que você faz quando encontra os animais no Centro?
Silvia _ Quando o cão tem um morador de rua que cuida dele, ou seja que tem uma referência, procuro cuidar do animal no local, dando medicação, levando ao veterinário, oferecendo coleira e ração. No caso dos animais sem dono, é preciso fazer o resgate, por conta inclusive da segurança do próprio animal, porque se ficar na rua pode morrer atropelado. Temos aí os maiores problemas. 
AnimaisOk _ Falta suporte nesta hora?
Silvia _ Sim. Faço tudo custeado por mim, com o apoio de algumas protetoras que conheço. Faço o socorro, pago castração, vacinas e vermifigação. Depois do resgate, procuro fazer a adoção por meio da internet, avisando a amigas e amigos. Há seis anos trabalho voluntariamente no Centro com os animais.  Comecei ajudando os carroceiros, com um trabalho de meio ambiente, orientando em relação à reciclagem.

Um filhote na Praça da Sé

AnimaisOk _ Como foi o resgate dos cachorrinhos "Robinho" e "Elano"?
Silvia _ Encontramos eles aqui na Praça da Sé, com moradores de rua que eram usuários de droga, e os animais passavam por privações, como falta de alimentos. Às vezes, andavam com eles à noite. Suspeitei de cinomose (doença grave causada por vírus). O diagnóstico depois foi confirmado. Foi um custo o resgate porque os donos não queriam entregar os filhotes e tivemos que argumentar e comprá-los para fazer um trabalho de socorro. Graças a Deus os filhotes foram socorridos a tempo, foi possível tratá-los da cinomose. Robinho e Elano foram cada um para um lar. Era uma dupla de sucesso.

AnimaisOk _ O que ocorreu com a cachorra de pelos brancos que vivia na Praça da Sé?
Silvia _ Era a Lilica, uma cadela que todo mundo gostava. Infelizmente tentamos tirar ela da rua, mas sua dona não permitiu. Soubemos agora que ela morreu atropelada. A dona acabou presa depois e outro cachorro que ela tinha, o Scoth, está desaparecido. Estou procurando o Scoth.

AnimaisOk _  Os animais ajudam os moradores de rua?
Silvia _ Sim. Em alguns casos, o bichinho é a única referência que o moradora de rua tem. E para o bicho o morador de rua também é importante. Conhecemos vários moradores de rua que têm  histórias bonitas com os animais, que os tratam com muito carinho e amor, e até melhor do que muita gente que tem condições.

Animais _ A cidade não deveria oferecer albergues para moradores de rua com canil e gatil, para os animais?
Silvia _ Houve um período em que os carroceiros podiam entrar no albergue Boracea com suas carroças e seus cachorrinhos. Isso é essencial. Muitos sem-teto não têm lugar para tomar um banho, dormir e deixar seu bichinho. A Prefeitura não oferece este serviço. O que vemos, infelizmente, são agentes da Prefeitura recolhendo os pertences de moradores de rua, sem dar nenhum protocolo do que estão levando, inclusive documentos. Carregam até o potinho da água dos animais.

AnimaisOk _ O que a Prefeitura e o governo do Estado poderiam fazer  para amenizar o problema? Você teme soluções de última hora na véspera da Copa do Mundo?
Silvia _ A administração poderia criar um programa para solucionar isso tudo. Um projeto de proteção aos animais que teria um espaço para onde poderíamos enviar esses animais em situação de emergência, um abrigo onde seguiriam depois para adoção. Sabemos que quando há um evento como a Copa do Mundo é feita uma limpeza de última hora no Centro, não só dos bichos, mas dos moradores de rua, que tentam se esconder. Gostaria que houvesse interesse das autoridades para criar um espaço para os animais, com veterinários, banho e tosa, hotel. Também é fundamental uma campanha de castração gratuita e pública aqui no Centro. A solução do problema já passou da hora. Os policiais da Guarda Municipal deveriam ter nova atitude e proteger efetivamente os animais. Quero deixar claro que não nos ajudam a fazer resgate de animais atropelados. A corporação deveria rever esta posição e se engajar na causa, que é de todos. Isso ajuda os animais e os cidadãos. Temos muitas bases da Polícia Militar e da Guarda Civil no Centro. Gostaria que combatessem os maus-tratos nos animais e nos dessem suporte nos resgates.
Contatos: Silvia: sildamata@uol.com.br

REPERCUSSÃO DA ENTREVISTA (Algumas mensagens e comentários):
"A Silvia é realmente uma pessoa muito corajosa. Eu já estive com ela na praça da Sé e é impressionante o trabalho que ela faz. Eu admiro mesmo tudo o que a Silvia faz e endosso o que ela disse na entrevista. É preciso uma política que considere os moradores de rua, seus animais e seus pertences. O que não ocorre atualmente. Parabéns pela entrevista, Osman.
Por Dinorah Ereno, jornalista 

"Silvia é exemplo pra tantos que dizem ter 'pena dos animais', mas não transformam este sentimento em atitude.Vamos lá pessoal: ATITUDE, comece por algum lugar, assim como a Silvia um dia começou - ajude o próximo mais próximo.
Por Sonia Lobarinhas
"Sílvia é iluminada e corajosa, porque se aproximar de pessoas em situação de rua não deve ser nada fácil. Parabéns pela matéria, Ricardo!"
Por Evna Arruda

"A Silvinha é, realmente, muito iluminada e desprendida. Sou irmã dela e também sou protetora, mas moro em Ribeirão Preto. Aqui, enfrentamos os mesmos problemas. Tenho orgulho da Silvinha! Que Deus a ilumine e lhe dê muita saúde, força, coragem e que ela tenha muita fé para não esmorecer! Bj
 

sexta-feira, 10 de junho de 2011

Namoro à moda antiga



O casal de namorados Bruce e Nora/Foto de Leonardo Moraes/LUZ/Diário do Comércio
   Em homenagem aos animais enamorados, escrevi reportagem publicada no Diário do Comércio, jornal da Associação Comercial de São Paulo (ACSP). A direção do jornal cedeu gentilmente o texto e as fotos para reprodução aqui no meu blog. Vale conferir:

Eles passeiam nos parques, lado a lado, antes de qualquer intimidade. No sofá da sala, brincam sob a supervisão de um adulto. Estranhou algo? Este é um namoro do mundo animal, que acontece em lares da Capital. Nada a ver com a onda do "ficar". Bruce e Nora, dois Golden Retrievers, parecem reeditar as cenas de A Dama e o Vagabundo, de Walt Disney. Alguns gatos terão comemoração especial no dia 12. Eles foram dados de presente em igual data, anos atrás. Hoje formam um casal inseparável, ao lado dos donos.



Tatiana (esq.) e Mel/Foto Leandro Moraes
     Com a bênção da internet
Os cães Bruce e Nora se conheceram graças a um site de relacionamento na internet, exclusivo para os bichos. A dona de Bruce, a empresária Tatiana Florestano Nespatti, de 34 anos, que dirige a agência Ultra Viagens e Turismo, localizada no bairro da Vila Romana, em São Paulo, resolveu buscar na internet uma companheira para seu cão.
Tatiana acessou a página e inseriu fotos de Bruce e algumas indicações: golden retriever, de dois anos, pesando 30 quilos, educado etc. Um mês depois, recebeu no e-mail uma resposta. Do outro lado do mundo virtual estava a solitária Nora, uma fêmea da mesma raça, de 23 quilos, e um ano e dois meses de idade, pronta para começar a namorar.

A dona de Nora, a fisioterapeuta Mel Guedes, de 30 anos, e Tatiana descobriram que eram vizinhas na zona oeste da Capital e marcaram encontro dos cachorros no Parque Villa-Lobos. "Nunca tinha entrado neste tipo de site. Mas faço o que posso pelo Bruce. No parque, foi amor à primeira vista", disse Tatiana, ao relembrar o encontro no final do ano passado. "O namoro de Bruce e Nora seguirá agora para o casamento. Não tem volta", acrescentou ela.
Mel Guedes aprova o relacionamento: "Bruce e Nora se gostam muito, brincam o tempo inteiro", afirmou ela. "Estou feliz por ela ter um companheiro, porque em casa não temos outros cachorros." A fisioterapeuta disse que recebeu bronca do marido por ter entrado no site de relacionamento e marcado um encontro no parque. "Mas tudo valeu a pena. Hoje, nossas famílias são amigas", disse Mel Guedes.
Todas as semanas, nesta fase de namoro, Mel Guedes deixa Nora na sede da Ultra Viagens e Turismo, aos cuidados de Tatiana. Ali, os animais correm, brincam e são vistos até em meio às mesas do escritório. A agência é uma área livre para cachorros. De vez em quando é possível ver, entre as brincadeiras, alguns corretivos que Nora dá em Bruce, quando este passa dos limites. Ela simplesmente mostra seus dentes. No próximo cio (período fértil) de Nora, previsto para o segundo semestre, os cachorros deverão cruzar e, quem sabe, no Dia dos Namorados de 2012, a família estará maior.



Os gatos Aquiles e Manuelita/Foto de Zé Carlos Barretta/Hype

Banho e roupas novas em dia especial

Os casais de gatos persas Bruce e Phoebe e Aquiles e Manuelita vão ter um Dia dos Namorados especial neste domingo. Seus donos, o estudante de medicina veterinária, Rogério Moraes, de 34 anos, e sua mulher, a musicista Suzana Moraes, de 30 anos, têm motivos para comemorar no apartamento onde moram com os bichanos, em Carapicuíba, na Grande São Paulo.

Anos atrás, Suzana surpreendeu Rogério no Dia dos Namorados, dando a gatinha Manuelita para ele de presente. Depois, foi a vez de Rogério retribuir, comprando e dando de presente para a mulher Suzana, no Dia dos Namorados seguinte, o gatinho Bruce.
Rogério e Suzana sabem que bicho é coisa séria, exige carinho e cuidados, e que não se deve comprar e dar de presente por impulso. Eles agiram, como ressaltaram, conscientes da decisão. Rogério é um apaixonado pelo universo dos gatos, um felino domesticado que encantou os faraós no Egito. No momento, Rogério cursa o quarto semestre da faculdade de medicina veterinária da FMU, no campus do Morumbi.
Depois da chegada de Manuelita e Bruce, o casal resolveu adotar dois gatinhos persas (de abrigos superlotados), e assim desembarcaram no apartamento a fêmea Phoebe e Aquiles.
Suzana e Rogério/Foto de Zé Carlos Barretta/Hype
Nos últimos anos, o curioso é  que o gato Bruce formou um casal com Phoebe, e Manuelita com Aquiles. Rogério garante que os namorados não se misturam, e que as relacões são duradouras. 

"Acredito que os animais escolhem os seus parceiros, pois têm vida afetiva, tanto quanto escolhem seus donos, dentro do possível", afirmou o estudante de medicina veterinária. "Quando Manuelita chegou, como presente no Dia dos Namorados, ela me escolheu. Por isso, ela só fica comigo em casa, e não com a minha esposa. Da mesma forma, Bruce fica com Suzana", disse Rogério. Segundo ele, a formação dos casais Manuelita e Aquiles e Bruce e Phoebe ocorreu de maneira natural. "A gata Phoebe não gosta de ficar perto do Aquiles e chega até a bater nele para afastá-lo se for preciso", contou ele.

A família vai comemorar unida o Dia dos Namorados, sempre uma data inesquecível para Rogério, Suzana e seus quatro gatos persas. Segundo afirmou Rogério, os animais machos só são separados das fêmeas quando estas entram no cio (período fértil, em que aceitam a cobertura dos machos). Mas, no momento, ninguém ali quer ter filhotes pela casa.
CONSUMO EM ALTA 
A época do Dia dos Namorados é um momento de vendas altas para as petshops, a exemplo do que ocorre, na dimensão humana, nos shoppings centers. "Donos de cães e gatos correm para comprar presentes para seus bichinhos de estimação e para prepará-los para o dia", disse a empresária Patrícia Cicarelli, diretora e sócia da Simply Pet, uma petshop localizada na rua Tumiarú, próxima ao Parque do Ibirapuera, que atende clientes de maior poder aquisitivo.

O frio que chegou esta semana à Capital também está ajudando a aumentar as vendas. Nos últimos dias, acabou o estoque de uma novidade na Simply Pet, as roupinhas de cashemire para os cachorros. Importadas, cada uma foi vendida a R$ 200. "O frio marca o começo da temporada de compras, por isso o Dia dos Namorados é uma ótima data para o comércio pet", afirmou Patrícia, que oferece no estabelecimento banho, tosa e hotel. "A novidade neste ano são as chapinhas que fazemos em cachorros peludos", contou a empresária. Ela prevê forte movimento na véspera do Dia dos Namorados.

Entretanto, Patrícia Cicarelli observa que, na sua região, a tendência dos donos é de castrar os animais, machos ou fêmeas, como medida preventiva de doenças e para evitar o risco de terem ninhadas indesejadas em casa. "A maioria dos nossos clientes castra os animais. Hoje, os donos estão conscientes dos problemas de saúde ligados à reprodução", disse a empresária.
A castração elimina a possibilidade de infecções no útero e do câncer de ovário.
Nada mal para quem quer ter dois animais de companhia em casa e poder passear com eles tranquilamente pelo Parque do Ibirapuera sem correr o risco de ver a matilha aumentada.



Nichole (à frente) e Patrick/Foto Newton Santos/Hype

O romantismo, projetado pelos donos

O romantismo e os carinhos trocados pelos casais do mundo animal são em grande parte projeções dos seus donos, os seres humanos. "Os animais não namoram como imaginamos. A coisa é mais complexa. Eles têm preferências, mas cruzam quando a fêmea está no cio (período fértil) e aceita o macho. O objetivo é a reprodução", disse Mauro Lantzman, uma das maiores autoridades do País em comportamento animal. Lantzman é veterinário e professor de psicobiologia no departamento de psicologia do desenvolvimento, da faculdade de psicologia da Pontifícia Universidade Católica (PUC), de São Paulo.
Ele não vacila em afirmar, aos apaixonados por cães, que a cena em que a Dama e o Vagabundo, personagens de Disney, comem juntos um espaguete só existe no cinema.
"Os animais têm emoções e sentimentos, sabemos disso pelas evidências, mas a constatação não quer dizer que irão namorar e ser eternos parceiros", afirmou Lantzman.



Leia a reportagem completa no link: http://www.dcomercio.com.br/materia.aspx?id=70695&canal=50

quarta-feira, 8 de junho de 2011

Sem lenço e sem documento

Fotografia de Fernanda Maldonado: cidade de São Paulo
                               
                               A estudante de Medicina Veterinária e fotógrafa, Fernanda Maldonado, fez esta foto nas ruas de São Paulo e enviou para o blog. É uma foto que mostra uma realidade corriqueira: cães de rua, sem coleiras, sem chips e sem indicação de donos (talvez este dormindo não tenha nenhum dono). Quem gosta de animais, fica imaginando qual será a história do bicho. Não há na cena, porém, nada que nos dê uma pista sobre sua vida, sua história – exatamente como a pichação na porta metálica do estabelecimento. É algo indecifrável. Vemos, mas não sabemos quase nada sobre nossos amigos, os cães de rua. 

segunda-feira, 6 de junho de 2011

O frio chegou! Participe da Campanha do Agasalho.

Cartaz da campanha de 2011
   Tá muito frio! Os termômetros caíram a graus recordes neste outono. Na última madrugada foram registradas geadas nas cidades do Sul do País. A sensação térmica em São Paulo chegou a ser de 4 graus.
A Organização Não-Governamental (ONG) Adote um Gatinho não perdeu tempo e lançou a "Campanha do Agasalho para Gatos e Cães" de 2011, com objetivo de arrecadar roupinhas, cobertores e toalhas para nossos amigos. O material será distribuído, por entidades de proteção, para os animais que vivem em estado de risco, nas ruas ou em comunidades carentes. Em 2010, foram arrecadados 700 ítens. No site da Adote um Gatinho estão as razões da campanha: "Não são só as pessoas que sofrem com a chegada do frio: em São Paulo, centenas de gatos e cachorros também vivem em condições precárias e precisam de ajuda. Todos os anos, muitos animais adoecem e chegam a morrer de frio. Essa é uma realidade muito triste que nós, protetores, conhecemos bem. São bichinhos que vivem em abrigos, sítios, terrenos, jardins, cemitérios, favelas e até em casinhas improvisadas na rua." A ideia da ONG Adote um Gatinho pode inspirar outras entidades do Sudeste e do Sul do País.
Todas as informações sobre a campanha e a localização dos postos de arrecadação em São Paulo você encontra neste link. Participe! http://adoteumgatinho.uol.com.br/campanhadoagasalho/
                                

quinta-feira, 2 de junho de 2011

Os animais e o universo dos números


Os estudos e as interpretações da Numerologia podem ser aplicados ao universo dos animais? A especialista em Numerologia, Hiezza Rossetti, que há décadas interpreta os números para pessoas e empresas, afirma que isso é possível. Um cão e um gatinho podem ser beneficiados por sua ciência. Hiezza está lançando o livro "Numerologia para Animais", onde ensina como a magia dos números pode modificar o comportamento e ajudar o bem-estar de um animal. Segundo ela, um gatinho, por exemplo, pode ficar mais manso e obediente depois da troca de letras de seu nome. 
Dona de três cachorros e seis gatos, moradora de São Paulo, Hiezza Rossetti garante que a ciência da numerologia faz parte do universo dos bichos principalmente por causa do som das palavras. 
 A autora: Hiezza
"No universo dos animais, o que é definitivo é o som do nome, aquilo que o animal ouve, que é como música, pode ser uma música bonita ou feia. E isso interfere em seu comportamento", disse Hiezza Rossetti, em entrevista ao AnimaisOk, por conta do lançamento de "Numerologia para Animais", no formato ebook. "Podemos alterar o comportamento dos animais, alterando o nome, acrescentando ou suprimindo letras ou sílabas", afirma. A autora do livro explica: as vibrações sonoras funcionam como um mantra, estimulando as reações no comportamento dos bichos, o que pode influenciar também as suas personalidades. Hiezza ilustra sua afirmação: nomes como Lord e Igor incentivam comportamentos violentos se dados a animais de raça forte. No livro, Hiezza Rossetti ensina o leitor a interpretar os nomes, fazendo contas simples. 
É uma novidade do mundo animal. Se for para melhorar a vida de nossos amigos, vale tentar. Conheça o trabalho desta mulher apaixonada pela natureza, faça as somas e ouça a versão final do nome. "Acredito que os animais estão no planeta para nos ajudar", disse a especialista em numerologia animal. Concordo. Eles nos ajudam muito. Isso é tão certo como dois e dois são quatro.