segunda-feira, 19 de março de 2012

Cientistas brasileiros descobrem a "abelha soldado"

  O naturalista inglês Charles Darwin foi um estudioso das formigas e das abelhas. Há páginas dedicadas à organização destes insetos em sua obra clássica "A Origem das Espécies", publicada no final do século 19. O que mais chamou a atenção de Darwin foram as formigas escravas e a maneira simétrica como as abelhas formam as colmeias. Ele estudou os instintos adquiridos destes insetos e a divisão de tarefas. Os admiradores de Darwin vão apreciar a notícia que chega da Agência FAPESP (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo): nova pesquisa revelou que entre as abelhas jataí (Tetragonisca angustula) existem indivíduos adaptados fisicamente para desempenhar uma única função: defender a colmeia. Até então, os cientistas achavam que a divisão de tarefas nas colônias fosse baseada apenas na idade das abelhas e que todas, com exceção da rainha, desempenhassem os mais diferentes papéis. O estudo, feito por cientistas do Brasil e do Reino Unido, foi publicado na revista Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS).
                                                      "Entre formigas e cupins a existência de castas especializadas e fisicamente adaptadas a uma determinada função é bem conhecida e descrita na literatura. Mas entre abelhas isso é um fato novo", disse Cristiano Menezes, pesquisador da Embrapa Amazônia Oriental e um dos autores do artigo. Testes de laboratório não só confirmaram que as abelhas soldados eram 30% mais pesadas do que as forrageiras – encarregadas de buscar alimento – como também revelaram diferenças morfológicas entre as duas castas. Percebeu-se que as forrageiras possuem a cabeça maior, enquanto as guardas têm pernas mais desenvolvidas. Verificou-se ainda diferenças no tamanho do tórax e das asas, porém menos significativas. Os pesquisadores apontaram uma subdivisão entre as abelhas soldados. Uma parte guarda a entrada da colônia enquanto outra fica sobrevoando o local e monitora a chegada de inimigos. Ao todo, a casta representa apenas 1% da colônia – entre 30 e 50 indivíduos –, número suficiente para atender a demanda por defesa, segundo a Agência FAPESP.
Para saber mais: http://agencia.fapesp.br/
                                                   

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