quinta-feira, 10 de dezembro de 2015

Tratado de Medicina Interna de Cães e Gatos é premiado no Jabuti 2015



Os autores (a partir da esq.): Márcia Mery Kogika, João Pedro de Andrade Neto e Márcia Marques Jericó/Foto Divulgação Câmara Brasileira do Livro











O livro Tratado de Medicina Interna de Cães e Gatos, dos médicos veterinários Márcia Marques Jericó, João Pedro de Andrade Neto e Márcia Mery Kogika, lançado em 2015, foi premiado na 57º edição do Prêmio Jabuti, a mais importante premiação do País criada em 1958. A premiação é organizada pela Câmara Brasileira do Livro e 27 categorias foram premiadas em 2015.
O Tratado de Medicina Interna de Cães e Gatos obteve o segundo lugar na categoria Ciências da Saúde. Essa é a primeira vez que um livro da área de Medicina Veterinária recebe o prêmio Jabuti, segundo reportagem publicada no site do Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado de São Paulo (CRMV-SP).. 
Trata-se, realmente, de um livro excepcional, que envolveu vários profissionais como Rodrigo Rabelo, Nestor Calderón, Rita de Cássia, Ana Claudia Balda, Ricardo Duarte e tantos outros.
É um livro indispensável na biblioteca de todo estudante de Medicina Veterinária e dos profissionais da área.

O resultado divulgado em dezembro de 2015

Ciências da Saúde
1º Lugar – Título: Tratado de Neuropsiquiatria Neurologia Cognitiva e do Comportamento e Neuropsicologia – Autor: Leonardo Caixeta –Editora: Editora Atheneu
2º Lugar – Título: Tratado de Medicina Interna de Cães e Gatos – Autor: Márcia Marques Jericó, João Pedro de Andrade Neto e Márcia Mery Kogika – Editora: Roca
3º Lugar – Título: Atualização em Hemorragia Digestiva: Novos Conceitos na sua Fisiopatologia, Diagnóstico e Tratamento – Autor:Bruno Zilberstein, Flair José Carrilho, Ivan Cecconello e Luiz Augusto Carneiro D’albuquerque – Editora: Editora Atheneu


terça-feira, 24 de novembro de 2015

Rio Doce: uma tragédia anunciada do mar de lama.

Foz do Rio Doce, no Espírito Santos/Foto Ibama Divulgação

A tragédia de vidas humanas, de animais e do meio ambiente em Minas Gerais, causada pelo rompimento de barragem da mineradora Samarco, é a crônica de um acidente anunciado. Crianças morreram, cães e gatos, peixes e animais silvestres. Tudo isso porque no Brasil medidas de proteção às comunidades e ao meio ambiente, e medidas de sustentabilidade, ainda são vistas na maioria dos casos como marketing pelas empresas.
Atesto isso como jornalista profissional que atuou por 34 anos na grande imprensa brasileira e visitou inúmeros projetos de empresas, inclusive da Vale, que é ao lado da BHP uma das controladoras da Samarco.
Aparentemente, o rompimento da barreira surpreendeu a todos, mas a empresa não tinha nenhum sistema de monitoramento das barragens que receberam resíduos da extração do minério e nem sistema para avisar à comunidade sobre o acidente, e tentar salvar vidas, e conter os danos ao meio ambiente. Tudo foi improvisado após o acidente do dia 5 de novembro de 2015, é essa a impressão que fica.
Proteção ao meio ambiente e medidas de crescimento sustentável devem ser levados a sério neste País. Sei que a Samarco e a Vale têm medidas neste sentido, mas precisam fazer mais, mais e mais, como evidenciou o rompimento e a tragédia ecológica que seguiu a Mariana. Nestes dias, a lama chegou ao oceano Atlântico, a morte anunciada da flora e fauna brasileiras.
O Ibama informa que multou a empresa em R$ 250 milhões. A prevenção teria custado menos, mas o autor deste blog e muitos outros defensores do animais e do meio ambiente, e portanto das comunidades, parecem não serem ouvidos pelas autoridades e pelas empresas quando alertam que precisamos viver no Brasil uma nova fase em relação à responsabilidade com o planeta. Isso não é discurso de ecohippie, nem de protetor de animais desinformados, o que ocorreu é coisa séria, que causou e causa imenso sofrimento a inúmeros seres vivos.

domingo, 1 de novembro de 2015

IV Simpósio em Saúde Ambiental: lições da crise de água e energia podem contribuir para um mundo melhor.

No segundo dia de palestras e debates do IV Simpósio em Saúde Ambiental do Programa de Mestrado Profissional em Saúde Ambiental da FMU - Água e Energia, discutiu-se a herança que o País vai deixar para as futuras gerações. Mas nem tudo teve cores pessimistas. Foi ressaltado que é possível tirar das crises lições e avançar na direção de um mundo melhor.

Confira abaixo os debates realizados na sexta-feira, dia 30 de outubro de 2015, no prédio da Faculdade de Medicina Veterinária da FMU, na rua Ministro Nelson Hungria.

Reportagem e fotos de Ricardo Osman
  
O palestrante Alessandro Luiz Oliveira Azzoni

          Os economistas costumam dizer que mesmo nas crises surgem oportunidades de negócios e graças ao espírito empreendedor soluções antes inimagináveis são postas na mesa. Os especialistas reunidos no segundo dia do IV Simpósio em Saúde Ambiental do Programa de Mestrado Profissional em Saúde Ambiental da FMU também discutiram e apresentaram um legado positivo da atual crise de água e energia que enfrenta o Brasil.
          “Aprendemos que a água é finita, e que o ar pode ser finito. Aprendemos a economizar água. Os governos perceberam a fraqueza do sistema e os Ministérios Públicos Federal e Estadual estão mais eficazes em suas atuações”, disse Alessandro Luiz Oliveira Azzoni, diretor da Opzione Fomento Mercantil e integrante do Conselho de Meio Ambiente da Secretaria do Verde e do Meio Ambiente da cidade de São Paulo, o primeiro palestrante do segundo dia do IV Simpósio, que ocorreu na sexta-feira, dia 30 de outubro, em espaço da Faculdade de Medicina Veterinária da FMU, campus Ponte Estaiada. “Acredito que não retornaremos mais ao consumo anterior e as Agências Reguladoras estão mais atentas. Temos de tirar proveito da crise sim. Se não fizermos nada a água e a energia podem acabar.” A palestra de Azzoni tratou justamente da “Crise hídrica: seus efeitos e seu legado”.
 
Coordenadora da Faculdade de Medicina Veterinária,
professora Ana Cláudia Balda, abre o segundo dia do
IV Simpósio em Saúde Ambiental da FMU
Os debates deste segundo dia do IV Simpósio foram abertos pela coordenadora do Curso de Medicina Veterinária da FMU, professora Ana Cláudia Balda, e pelo coordenador do Programa de Mestrado em Saúde Ambiental da FMU, professor João Carlos Shimada Borges. Eles passaram a palavra ao presidente da mesa, professor Carlos Augusto Donini que, diante de uma sala lotada por estudantes, médicos veterinários e ambientalistas de várias instituições, ressaltou a importância do evento. “Esse Simpósio tem o objetivo de levantar a discussão. Nós seremos cobrados pelas futuras gerações pela herança deixada para elas”, afirmou Donini, instigando os presentes a refletirem sobres os dados e as pesquisas apresentadas no IV Simpósio. 
A palestrante Fernanda Macedo

      A segunda palestrante do dia foi Fernanda Lopes Macedo, zootecnista pela Unesp e mestre em Ciência Animal e Pastagem pela Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq), da Universidade de São Paulo (USP). Ela falou sobre o “Uso racional de água e de fontes alternativas de energia na bovinocultura leiteira.” Mas chamou atenção em sua palestra o esforço necessário para que uma nova consciência sobre o uso de água e energia se difunda entre pequenos e médios produtores e o papel relevante que tem a academia neste processo.

        Com o debate aberto, a estudante Nicole Deguide, de 22 anos, que cursa o 5º período da Faculdade de Medicina Veterinária da FMU, observou para todos que faltou informação à população sobre a dimensão da crise hídrica de 2015. “A população só foi informada quando a crise chegou a um ponto crítico. Os governos deveriam ter explicado à população o motivo da falta de água desde o início.” Suas palavras alimentaram intenso debate sobre o papel da mídia e a qualidade da informação fornecida por órgãos governamentais ao longo deste ano.
       O IV Simpósio tornou-se cenário da discussão da “crise de informação” que esteve ao lado das da água e da energia – e o objetivo do evento, “de levantar a discussão”, como ressaltou o professor Donini na abertura, pareceu alcançado.  



OS TRABALHOS CIENTÍFICOS

Avaliação simultânea dos trabalhos científicos apresentados para o IV Simpósio

         Depois das palestras e do debate, os participantes do IV Simpósio em Saúde Ambiental da FMU seguiram para sala do programa de Mestrado em Saúde Ambiental para acompanhar de perto a tarefa de revisores na avaliação dos trabalhos científicos apresentados para o evento. Vinte e dois trabalhos científicos, previamente aprovados do total inscrito, foram avaliados simultaneamente por revisores diante da plateia convidada.
        Os revisores puderam sentar ao lado dos autores dos trabalhos científicos e, diante de computadores, conhecer o texto dos estudos e receber explicações na hora da avaliação. Foram dadas notas para vários aspectos dos 22 trabalhos científicos e quatro serão indicados como os melhores, os vencedores do IV Simpósio, após a contagem dos pontos, o que deve ocorrer nos próximos dias.
     
Autora de trabalho científico (à esq.) apresenta o estudo
 aos revisores do IV Simpósio
  Pôsteres dos trabalhos foram expostos na sala e revelavam a abrangência do tema Saúde Ambiental: estavam lá pôsteres sobre pesquisa realizada junto à população indígena Guarany, da Aldeia Ribeirão Silveira, localizada no litoral paulista, região de Bertioga e São Sebastião, e outro sobre o Impacto da Crise Hídrica na Indústria.
       Todos os 22 trabalhos científicos previamente aprovados serão publicados como anais na revista científica eletrônica Atas de Saúde Ambiental – ASA, conforme informou a professora Andrea Roberto Bueno Ribeiro, coordenadora deste processo de seleção e avaliação e editora da revista eletrônica ASA. Desta forma, os trabalhos científicos apresentados para o IV Simpósio em Saúde Ambiental do Programa de Mestrado Profissional em Saúde Ambiental da FMU poderão ser conhecidos facilmente por todos.   

O endereço eletrônico da revista ASA é: http://revistaseletronicas.fmu.br/index.php/ASA/index
     
Professores (de pé) avaliam o trabalho científico.
 Estudos serão publicados na revista eletrônica
 Atas de Saúde Ambiental - ASA





     Na foto acima os professores João Carlos Shimada Borges e Andrea Roberto Bueno Ribeiro (sentados) e Carlos Augusto Donini (de pé): contagem dos pontos das avaliações feitas dos trabalhos científicos apresentados ao IV Simpósio em Saúde Ambiental.


Abaixo os quatro melhores trabalhos apresentados no IV Simpósio em Saúde Ambiental, resultado divulgado em 12 de novembro.


Melhores trabalhos do IV Simpósio em Saúde Ambiental_2015

Pesquisa:

“Detecção de Circovírus suíno 2 (PCV2) por reação em cadeia pela polimerase (PCR) nas fezes e baia de suínos em granja sem vacinação”
Autores:

Alessandra Barone Briani Fernandes; Carlos Henrique Quarello de Moraes; Elmar de Azevedo Alvarenga; Fernanda Rodrigues da Silveira; Suzana Cristina Quintanilha ; Alessandra M. M. Gomes de Castro e Flávio Baldisseri Jr.

Pesquisa:

“Caprinocultura leiteira: aspectos econômicos e avaliação de atratividade do negócio”
Autores:

Gilmar de Oliveira Pinheiro; Erico da Silva Lima; Vitória Souza de Oliveira Nascimento
Revisão Bibliográfica:

“Coliformes termotolerantes: Bioindicadores da qualidade da água destinada ao consumo”
Autores:

José Alexandre de Oliveira; Maria Claudia H.G dos Santos; Nair Massumi Itaya; Ricardo Moreira Calil
Revisão Bibliográfica:

“Agroecologia como ferramenta de sustentabilidade nas pastagens”
Autores:

Tiago Neves Pereira Valente; Erico da Silva Lima; Crislen  Adrielle Luz Sobrinho; Vitória Gallo Borges de Lima; Sandro de Castro Santos
























O periódico Atas de Saúde Ambiental - ASA, ISSN 2357-7614, é uma iniciativa do corpo docente do Curso de Mestrado Profissional em Saúde Ambiental das Faculdades Metropolitanas Unidas – FMU, com interesse multidisciplinar nas áreas diversas que compõem a temática central do Curso: Saúde e Ambiente. O corpo editorial da revista eletrônica é composto por renomados pesquisadores e docentes de diversas instituições nacionais e internacionais.

quinta-feira, 29 de outubro de 2015

SAÚDE AMBIENTAL DO PAÍS ESTÁ NA UTI, AFIRMAM ESPECIALISTAS EM SIMPÓSIO, REALIZADO EM SP.

Abertura do Simpósio (da direita para esq.): professor Carlos Donini, professor João Carlos Shimada, vereador Gilberto Natalini, do PV, e Juarez Eduardo de Andrade Fortes, da OAB-SP (fotos de Ricardo Osman)

Vereador Gilberto Natalini (PV) em palestra para plateia no auditório da OAB-SP

Para salvar recursos como a água e garantir produção de energia é preciso ação inovadora dos cidadãos e planejamento dos governos

Reportagem Ricardo Osman

   Crise hídrica, de energia, rios encobertos na cidade de São Paulo, resíduos que podem gerar energia, falta de planejamento governamental, direito ambiental e até portos planejados para manguezal no litoral norte paulista, foram os assuntos que fizeram parte das palestras e dos debates do primeiro dia do IV Simpósio em Saúde Ambiental do Programa de Mestrado Profissional em Saúde Ambiental da FMU. O evento foi realizado nesta quinta-feira, dia 29, na sede paulista da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), ao lado da catedral da Sé, e lotou o auditório do 2º andar, com a presença de mais de 100 participantes.
   Nenhum tema relevante da atualidade ficou de fora e não faltaram alertas de que a situação da cidade, do País e até do mundo exige dos governos e cidadãos uma nova atitude. Afinal, a crise de abastecimento de água conhecida dos paulistanos, a energia elétrica cada vez mais cara e a poluição do meio ambiente ameaçam a atual e as futuras gerações.
   O coordenador do Programa de Mestrado em Saúde Ambiental da FMU, professor e pesquisador João Carlos Shimada Borges, ressaltou o papel da academia, mas também de cada cidadão, nas mudanças que se fazem necessárias para o uso dos recursos hídricos e da energia no País. “O que vamos fazer com estas informações?”, quis saber ele. “Precisamos trabalhar na quebra de paradigmas, vamos quebrar nossos hábitos”, acrescentou ele.
  Não só de recursos escassos e outros renováveis se limitou a análise. “Vivemos no País uma crise de respeito. A nossa história explica que não temos consciência do que é nosso”, afirmou o professor Carlos Donini, que abriu o IV Simpósio, pela manhã.
 
Professor Ricardo Calil,
segundo da esq. para direita
  O primeiro palestrante foi o vereador de São Paulo e médico Gilberto Natalini (PV) que fez um panorama da situação crítica dos recursos hídricos na cidade e denunciou a poluição dos (poucos) rios. “Não podemos continuar dormindo em berço esplêndido”, disse ele, observando que o planejamento dos recursos hídricos e da geração de energia no País não foi adequado. “A biomassa deveria ser aproveitada na produção de energia e esse recurso geraria energia equivalente à de uma Itaipu por ano”, afirmou o vereador. Para ele, a falta de água deste ano na cidade serve como alerta para todos. “Desperdiçamos muita água e poluímos nossos córregos e rios com esgoto.” O vereador distribuiu carta aberta que irá apresentar à conferência da ONU sobre Mudança do Clima, marcada para dezembro, em País.
  O presidente da mesa no debate inicial foi o professor Ricardo Moreira Calil e da composição fez parte o representante da Comissão de Meio Ambiente da OAB, Juarez Eduardo de Andrade Fortes.
 
Professora Marta Angela
           A professora Marta Angela Marcondes, da Universidade Municipal de São Caetano do Sul, surpreendeu a plateia ao denunciar que “300 rios foram enterrados vivos na cidade de São Paulo.” Marta Angela referia-se a rios que foram cobertos por pistas, asfaltos, aterros e ainda correm, agora poluídos, nos subterrâneos paulistanos. “Os rios enterrados acabam esquecidos e viram esgotos. A coisa é mais séria do que podemos imaginar”, afirmou ela. Integrante da Câmara Técnica de Educação Ambiental do subcomitê de Bacias Hidrográficas Billings-Tamanduateí, ela afirmou que o governo estadual tem a ideia de unir rios e bacias da Região Metropolitana de São Paulo, na forma de círculo em torno da Capital, o que ela definiu como a criação de um “Esgoto Anel” – em referência ao Rodoanel, por estarem estas águas poluídas e por não haver, segundo disse, nenhum projeto efetivo de despoluição. Este anel das águas descrito tem início no rio Tietê, desce pelo rio Pinheiros, entra na Guarapiranga, Billings e chega ao Taiaçubepa, que seria ligado de volta ao Tietê por meio de canalização. “Temos de mudar nosso olhar de planejamento urbano. Os rios devem ser desenterrados e despoluídos. Isso iria suprir a cidade de São Paulo de água.” Ela lançou um desafio aos presentes: “Descubra os rios que estão perto de você. Eles estão debaixo da cidade, mas estão poluídos e tomados por bactérias.”
 
Denúncia: rios enterrados vivos em São Paulo.
Este foi o ponto do Simpósio considerado mais interessante pelas estudantes Mariana Okabe Tardioli, de 24 anos, e Daiane Cristina Dias, de 27 anos, que cursam o 7º período da Faculdade de Medicina Veterinária da FMU. “Não sabia desses rios enterrados”, disse Mariana.
  “Estamos diante de uma oportunidade ímpar de discutir situações importantes para a sociedade”, observou o professor Ricardo Calil, presidente da mesa. “Vemos que não há planejamento para enfrentar os problemas. Vemos somatória de equívocos e sabemos que vamos pagar uma conta enorme por isso.” Para Calil, a juventude tem responsabilidade pelas mudanças necessárias ao País. “A juventude precisa ver que os rios enterrados são problemas dela também.”
   
Palestrante Valquiria de Alencar
Valquiria de Alencar Beserra, mestranda em Tecnologia Ambiental na Universidade Federal Fluminense (UFF), localizada em Niterói, no Estado do Rio de Janeiro, falou em seguida sobre o “Tratamento de resíduos na pecuária para produção de adubo orgânico e geração de energia”, e afirmou que é possível inovar até nas residências, com a compostagem caseira.
  À tarde, no último debate deste primeiro dia, a professora e pesquisadora Renata Marques Ferreira presidiu a mesa e a palestrante foi a professora e Doutora em Direitos Difusos e Coletivos, Gisele Bernardo Gonçalves Hunold, que integra a Comissão Permanente do Meio Ambiente da OAB-SP. 
Dra. Gisele Bernardo (à esq.) e professora Renata Marques Ferreira
   A Doutora Gisele Bernardo discorreu sobre o direito ambiental, relatou casos, mas o debate esquentou quando ela observou a importância do cidadão na defesa e vigilância do meio ambiente, ao lado de instituições como o Ministério Público. “Quantas pessoas têm o conhecimento de que são donos e responsáveis pelos bens ambientais?”, perguntou. Concordou que sociedade deve ficar vigilante ao responder pergunta sobre o projeto de construção de um porto (alguns chamam de ampliação) em São Sebastião, no litoral norte paulista, exatamente sobre uma área de manguezal, de grande importância biológica. O projeto está parado por decisão da Justiça, mas, segundo depoimentos, parece avançar a cada dia no entorno de São Sebastião.

   O segundo dia do IV Simpósio ocorre nesta sexta-feira, dia 30, no campus da Faculdade de Medicina Veterinária da FMU (Ponte Estaiada), localizado na rua Ministro Nelson Hungria, e será aberto pela coordenadora do Curso de Medicina Veterinária da FMU, professora Ana Cláudia Balda.


Auditório lotado

quarta-feira, 29 de julho de 2015

Caçador americano mata leão Cecil na África

O dentista Walter Palmer (à esq.) e o leão morto/Arquivo pessoal no Facebook
                     Um caçador dos Estados Unidos, Walter Palmer, é apontado como o assassino do leão Cecil, de 13 anos, que vivia em uma reserva no Zimbábue, na África. O leão deixa filhotes que podem não sobreviver diante de sua ausência.
                     O fato é criminoso. Palmer matou o Rei da Selva em uma caçada cruel, primeiro o retirou da área da reserva onde vivia protegido, atraindo-o para uma emboscada, e o matou a flechadas, segundo divulgou o Jornal Nacional na noite desta quarta, dia 29 de julho de 2015. As autoridades do Zimbábue estão processando o dentista Walter Palmer pelo crime e querem sua extradição.
                     O governo dos Estados Unidos deveria extraditar Walter Palmer, que vive no Minnesota, para ser julgado e condenado na África e lá cumprir pena por seu crime. 
Realmente, alguns seres humanos conseguem nos surpreender por suas barbaridades e o pendor para a violência e o crime. 
                       O leão Cecil fazia parte de um programa de pesquisa da Oxford University e tinha um colar GPS. Segundo a BBC, o crime ocorreu no ínicio deste mês de julho. No último dia 13 de julho, a Associação de Caçadores e Guias Profissionais do Zimbábue (ZPHGA, na sigla em inglês) confirmou a morte do animal durante um safári em área particular, e informou a abertura de apuração.
O leão Cecil no seu parte, antes de ser morto/Foto do Parque Nacional do Zimbábue

sexta-feira, 19 de junho de 2015

Papa Francisco: Carta Encíclica fala dos cuidados com o planeta e o respeito por todos os animais.

CARTA ENCÍCLICA
LAUDATO SI’
DO SANTO PADRE
FRANCISCOSOBRE O CUIDADO DA CASA COMUM


Alguns trechos selecionados pelo autor deste blog:



 Perda de biodiversidade
32. Os recursos da terra estão a ser depredados também por causa de formas imediatistas de entender a economia e a actividade comercial e produtiva. A perda de florestas e bosques implica simultaneamente a perda de espécies que poderiam constituir, no futuro, recursos extremamente importantes não só para a alimentação mas também para a cura de doenças e vários serviços. As diferentes espécies contêm genes que podem ser recursos-chave para resolver, no futuro, alguma necessidade humana ou regular algum problema ambiental.
33. Entretanto não basta pensar nas diferentes espécies apenas como eventuais «recursos» exploráveis, esquecendo que possuem um valor em si mesmas. Anualmente, desaparecem milhares de espécies vegetais e animais, que já não poderemos conhecer, que os nossos filhos não poderão ver, perdidas para sempre. A grande maioria delas extingue-se por razões que têm a ver com alguma actividade humana. Por nossa causa, milhares de espécies já não darão glória a Deus com a sua existência, nem poderão comunicar-nos a sua própria mensagem. Não temos direito de o fazer.
34. Possivelmente perturba-nos saber da extinção dum mamífero ou duma ave, pela sua maior visibilidade; mas, para o bom funcionamento dos ecossistemas, também são necessários os fungos, as algas, os vermes, os pequenos insectos, os répteis e a variedade inumerável de microorganismos. Algumas espécies pouco numerosas, que habitualmente nos passam despercebidas, desempenham uma função censória fundamental para estabelecer o equilíbrio dum lugar. É verdade que o ser humano deve intervir quando um geosistema cai em estado crítico, mas hoje o nível de intervenção humana numa realidade tão complexa como a natureza é tal, que os desastres constantes causados pelo ser humano provocam uma nova intervenção dele de modo que a actividade humana torna-se omnipresente, com todos os riscos que isto implica. Normalmente cria-se um círculo vicioso, no qual a intervenção humana, para resolver uma dificuldade, muitas vezes ainda agrava mais a situação. Por exemplo, muitos pássaros e insectos, que desaparecem por causa dos agro-tóxicos criados pela tecnologia, são úteis para a própria agricultura, e o seu desaparecimento deverá ser compensado por outra intervenção tecnológica que possivelmente trará novos efeitos nocivos. São louváveis e, às vezes, admiráveis os esforços de cientistas e técnicos que procuram dar solução aos problemas criados pelo ser humano. Mas, contemplando o mundo, damo-nos conta de que este nível de intervenção humana, muitas vezes ao serviço da finança e do consumismo, faz com que esta terra onde vivemos se torne realmente menos rica e bela, cada vez mais limitada e cinzenta, enquanto ao mesmo tempo o desenvolvimento da tecnologia e das ofertas de consumo continua a avançar sem limites. Assim, parece que nos iludimos de poder substituir uma beleza insuprível e irrecuperável por outra criada por nós.


A Criação
66. As narrações da criação no livro do Génesis contêm, na sua linguagem simbólica e narrativa, ensinamentos profundos sobre a existência humana e a sua realidade histórica. Estas narrações sugerem que a existência humana se baseia sobre três relações fundamentais intimamente ligadas: as relações com Deus, com o próximo e com a terra. Segundo a Bíblia, estas três relações vitais romperam-se não só exteriormente, mas também dentro de nós. Esta ruptura é o pecado. A harmonia entre o Criador, a humanidade e toda a criação foi destruída por termos pretendido ocupar o lugar de Deus, recusando reconhecer-nos como criaturas limitadas. Este facto distorceu também a natureza do mandato de «dominar» a terra (cf. Gn 1, 28) e de a «cultivar e guardar» (cf. Gn 2, 15). Como resultado, a relação originariamente harmoniosa entre o ser humano e a natureza transformou-se num conflito (cf. Gn 3, 17-19). Por isso, é significativo que a harmonia vivida por São Francisco de Assis com todas as criaturas tenha sido interpretada como uma sanação daquela ruptura. Dizia São Boaventura que, através da reconciliação universal com todas as criaturas, Francisco voltara de alguma forma ao estado de inocência original.[40] Longe deste modelo, o pecado manifesta-se hoje, com toda a sua força de destruição, nas guerras, nas várias formas de violência e abuso, no abandono dos mais frágeis, nos ataques contra a natureza.

67. Não somos Deus. A terra existe antes de nós e foi-nos dada. Isto permite responder a uma acusação lançada contra o pensamento judaico-cristão: foi dito que a narração do Génesis, que convida a «dominar» a terra (cf. Gn 1, 28), favoreceria a exploração selvagem da natureza, apresentando uma imagem do ser humano como dominador e devastador. Mas esta não é uma interpretação correcta da Bíblia, como a entende a Igreja. Se é verdade que nós, cristãos, algumas vezes interpretámos de forma incorrecta as Escrituras, hoje devemos decididamente rejeitar que, do facto de ser criados à imagem de Deus e do mandato de dominar a terra, se deduza um domínio absoluto sobre as outras criaturas. É importante ler os textos bíblicos no seu contexto, com uma justa hermenêutica, e lembrar que nos convidam a «cultivar e guardar» o jardim do mundo (cf. Gn 2, 15). Enquanto «cultivar» quer dizer lavrar ou trabalhar um terreno, «guardar» significa proteger, cuidar, preservar, velar. Isto implica uma relação de reciprocidade responsável entre o ser humano e a natureza. Cada comunidade pode tomar da bondade da terra aquilo de que necessita para a sua sobrevivência, mas tem também o dever de a proteger e garantir a continuidade da sua fertilidade para as gerações futuras. Em última análise, «ao Senhor pertence a terra» (Sl 24/23, 1), a Ele pertence «a terra e tudo o que nela existe» (Dt 10, 14). Por isso, Deus proíbe-nos toda a pretensão de posse absoluta: «Nenhuma terra será vendida definitivamente, porque a terra pertence-Me, e vós sois apenas estrangeiros e meus hóspedes» (Lv 25, 23).
68. Esta responsabilidade perante uma terra que é de Deus implica que o ser humano, dotado de inteligência, respeite as leis da natureza e os delicados equilíbrios entre os seres deste mundo, porque «Ele deu uma ordem e tudo foi criado; Ele fixou tudo pelos séculos sem fim e estabeleceu leis a que não se pode fugir!» (Sl 148, 5b-6). Consequentemente, a legislação bíblica detém-se a propor ao ser humano várias normas relativas não só às outras pessoas, mas também aos restantes seres vivos: «Se vires o jumento do teu irmão ou o seu boi caídos no caminho, não te desvies deles, mas ajuda-os a levantarem-se. (...) Se encontrares no caminho, em cima de uma árvore ou no chão, um ninho de pássaros com filhotes, ou ovos cobertos pela mãe, não apanharás a mãe com a ninhada» (Dt 22, 4.6). Nesta linha, o descanso do sétimo dia não é proposto só para o ser humano, mas «para que descansem o teu boi e o teu jumento» (Ex 23, 12). Assim nos damos conta de que a Bíblia não dá lugar a um antropocentrismo despótico, que se desinteressa das outras criaturas.
69. Ao mesmo tempo que podemos fazer um uso responsável das coisas, somos chamados a reconhecer que os outros seres vivos têm um valor próprio diante de Deus e, «pelo simples facto de existirem, eles O bendizem e Lhe dão glória»[41], porque «o Senhor Se alegra em suas obras» (Sl 104/103, 31). Precisamente pela sua dignidade única e por ser dotado de inteligência, o ser humano é chamado a respeitar a criação com as suas leis internas, já que «o Senhor fundou a terra com sabedoria» (Pr 3, 19). Hoje, a Igreja não diz, de forma simplicista, que as outras criaturas estão totalmente subordinadas ao bem do ser humano, como se não tivessem um valor em si mesmas e fosse possível dispor delas à nossa vontade; mas ensina – como fizeram os bispos da Alemanha – que, nas outras criaturas, «se poderia falar da prioridade doser sobre o ser úteis».[42] O Catecismo põe em questão, de forma muito directa e insistente, um antropocentrismo desordenado: «Cada criatura possui a sua bondade e perfeição próprias. (...) As diferentes criaturas, queridas pelo seu próprio ser, reflectem, cada qual a seu modo, uma centelha da sabedoria e da bondade infinitas de Deus. É por isso que o homem deve respeitar a bondade própria de cada criatura, para evitar o uso desordenado das coisas».[43]...


A mensagem de cada criatura na harmonia de toda a criação
84. O facto de insistir na afirmação de que o ser humano é imagem de Deus não deveria fazer-nos esquecer que cada criatura tem uma função e nenhuma é supérflua. Todo o universo material é uma linguagem do amor de Deus, do seu carinho sem medida por nós. O solo, a água, as montanhas: tudo é carícia de Deus. A história da própria amizade com Deus desenrola-se sempre num espaço geográfico que se torna um sinal muito pessoal, e cada um de nós guarda na memória lugares cuja lembrança nos faz muito bem. Quem cresceu no meio de montes, quem na infância se sentava junto do riacho a beber, ou quem jogava numa praça do seu bairro, quando volta a esses lugares sente-se chamado a recuperar a sua própria identidade.
85. Deus escreveu um livro estupendo, «cujas letras são representadas pela multidão de criaturas presentes no universo».[54] E justamente afirmaram os bispos do Canadá que nenhuma criatura fica fora desta manifestação de Deus: «Desde os panoramas mais amplos às formas de vida mais frágeis, a natureza é um manancial incessante de encanto e reverência. Trata-se duma contínua revelação do divino».[55]Os bispos do Japão, por sua vez, disseram algo muito sugestivo: «Sentir cada criatura que canta o hino da sua existência é viver jubilosamente no amor de Deus e na esperança».[56] Esta contemplação da criação permite-nos descobrir qualquer ensinamento que Deus nos quer transmitir através de cada coisa, porque, «para o crente, contemplar a criação significa também escutar uma mensagem, ouvir uma voz paradoxal e silenciosa».[57] Podemos afirmar que, «ao lado da revelação propriamente dita, contida nas Sagradas Escrituras, há uma manifestação divina no despontar do sol e no cair da noite».[58] Prestando atenção a esta manifestação, o ser humano aprende a reconhecer-se a si mesmo na relação com as outras criaturas: «Eu expresso-me exprimindo o mundo; exploro a minha sacralidade decifrando a do mundo».[59]
86. O conjunto do universo, com as suas múltiplas relações, mostra melhor a riqueza inesgotável de Deus. São Tomás de Aquino sublinhava, sabiamente, que a multiplicidade e a variedade «provêm da intenção do primeiro agente», o Qual quis que «o que falta a cada coisa, para representar a bondade divina, seja suprido pelas outras»,[60] pois a sua bondade «não pode ser convenientemente representada por uma só criatura».[61] Por isso, precisamos de individuar a variedade das coisas nas suas múltiplas relações.[62] Assim, compreende-se melhor a importância e o significado de qualquer criatura, se a contemplarmos no conjunto do plano de Deus. Tal é o ensinamento do Catecismo: «A interdependência das criaturas é querida por Deus. O sol e a lua, o cedro e a florzinha, a águia e o pardal: o espectáculo das suas incontáveis diversidades e desigualdades significa que nenhuma criatura se basta a si mesma. Elas só existem na dependência umas das outras, para se completarem mutuamente no serviço umas das outras».[63]
87. Quando nos damos conta do reflexo de Deus em tudo o que existe, o coração experimenta o desejo de adorar o Senhor por todas as suas criaturas e juntamente com elas, como se vê neste gracioso cântico de São Francisco de Assis:
«Louvado sejas, meu Senhor,
com todas as tuas criaturas,
especialmente o meu senhor irmão sol,
o qual faz o dia e por ele nos alumia.
E ele é belo e radiante com grande esplendor:
de Ti, Altíssimo, nos dá ele a imagem.
Louvado sejas, meu Senhor,
pela irmã lua e pelas estrelas,
que no céu formaste claras, preciosas e belas.
Louvado sejas, meu Senhor, pelo irmão vento
pelo ar, pela nuvem, pelo sereno, e todo o tempo,
com o qual, às tuas criaturas, dás o sustento.
Louvado sejas, meu Senhor, pela irmã água,
que é tão útil e humilde, e preciosa e casta.
Louvado sejas, meu Senhor, pelo irmão fogo,
pelo qual iluminas a noite:
ele é belo e alegre, vigoroso e forte».[64]
88. Os bispos do Brasil sublinharam que toda a natureza, além de manifestar Deus, é lugar da sua presença. Em cada criatura, habita o seu Espírito vivificante, que nos chama a um relacionamento com Ele.[65] A descoberta desta presença estimula em nós o desenvolvimento das «virtudes ecológicas».[66] Mas, quando dizemos isto, não esqueçamos que há também uma distância infinita, pois as coisas deste mundo não possuem a plenitude de Deus. Esquecê-lo, aliás, também não faria bem às criaturas, porque não reconheceríamos o seu lugar verdadeiro e próprio, acabando por lhes exigir indevidamente aquilo que, na sua pequenez, não nos podem dar....



"Assim nos damos conta de que a Bíblia não dá lugar a um antropocentrismo despótico, que se desinteressa das outras criaturas", Papa Francisco.

quarta-feira, 3 de junho de 2015

IBGE: Brasil tem 52 milhões de cães e 22 milhões de gatos em domicílios.

       O IBGE divulgou nesta quarta-feira, dia 3 de junho de 2015, Pesquina Nacional de Saúde, realizada em 2013, que estimou a proporção de domicílios com cachorros ou gatos. Segundo o instituto, a informação apoiará o planejamento do Ministério da Saúde, por exemplo, na programação de compras de vacinas contra a raiva em todo o País. 
        Em 2013, a pesquisa estimou que 44,3% dos domicílios do País possuíam pelo menos um cachorro, o equivalente a 28,9 milhões de unidades domiciliares. 
       A Região Sul apresentou a maior proporção (58,6%), e a Região Nordeste, a menor (36,4%). 
       Na área rural, a proporção de domicílios com algum cachorro (65,0%) era superior à observada na área urbana (41,0%). 
      A população de cachorros em domicílios brasileiros foi estimada em 52,2 milhões, o que indicou uma média de 1,8 cachorro por domicílio com esse animal. 
      Em relação à presença de gatos, 17,7% dos domicílios do País possuíam pelo menos um, o equivalente a 11,5 milhões de unidades domiciliares. A população de gatos em domicílios brasileiros foi estimada em 22,1 milhões, o que representa aproximadamente 1,9 gato por domicílio com esse animal.
     As Regiões Norte e Nordeste apresentaram as maiores proporções (22,7% e 23,6%, respectivamente), ao passo que as Regiões Sudeste e Centro-Oeste, as menores (13,5% e 14,3%, respectivamente). 
     Considerando a situação do domicílio, a área urbana (14,2%) apresentou proporção inferior à observada na área rural (39,4%). 
      É importante ressaltar neste blog que a pesquisa do IBGE refere-se apenas aos cães e gatos que vivem em residência, apartamentos, casas e chácaras, e não inclui a população de cães e gatos que vivem nas ruas das cidades e nem nos parques públicos do País, muitos abandonados e muitos na condição de animais cuidados pela comunidade. 

Fonte: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)




sexta-feira, 17 de abril de 2015

Revista Science, um segredo desvendado: o 'hormônio do amor' que liga cães e humanos.

Capa da revista Science

       A revista Science, edição desta sexta-feira, dia 17 de abril de 2015, publica importante reportagem para todos os que gostam dos cães: pesquisa realizada no Japão revela que os cães têm os níveis do hormônio ocitocina aumentados ao olharem ou terem contatos próximos com seus amigos e donos. A ocitocina é considerado o "hormônio do amor", responsável pela sensação de bem-estar e felicidade, e é produzida pela hipófise, localizada no cérebro. É um hormônio ligado nas fêmeas à maternidade e à amamentação.
        A Ciência já sabia que nós humanos temos 'descargas' de ocitocinas todas as vezes que acariciamos, olhamos ou abraçamos uma criança ou um cachorrinho querido. Mas agora os cientistas descobriram que, no outro lado da relação, os cães também produzem ocitocina todas as vezes que nos olham fixo ou estão em contato conosco. 
        Nem todos os animais que convivem conosco têm esta características. Canídeos silvestres, como os lobos, não reagem desta forma. Segundo a pesquisa, nem os lobos que foram 'domesticados' produzem o 'hormônio do amor" em contato com os seus criadores.

A notícia saiu no Jornal da Nacional da edição de quinta-feira à noite. O texto é do correspondente de Nova York: 
"Um estudo de pesquisadores japoneses publicado pela revista Science encontrou motivos da ligação tão forte que existe entre o homem e o cachorro. Eles são companheiros fiéis, carinhosos. Às vezes, parece até que entendem os nossos sentimentos. Mas qual é a explicação para os laços profundos que unem cachorros e humanos?
A resposta pode estar em uma substância: a ocitocina, um hormônio produzido na glândula hipófise superior, que tem conexão com o hipotálamo, região do cérebro ligada ao bem estar, às emoções. E que geralmente é produzida quando estamos perto de quem gostamos muito. Por isso é chamada de “hormônio do amor”. 
Quando um bebê olha fixamente para os olhos da mãe, os níveis de ocitocina no cérebro dela aumentam, reforçando a ligação dos dois. Pesquisas já haviam demonstrado que a produção de ocitocina também aumenta quando fazemos carinho ou olhamos fixamente para um cachorro. Agora, uma pesquisa divulgada na revista Science mostrou que o cérebro dos cães reage do mesmo jeito."

Resumo da reportagem publicada pela revista Science.

Human-like modes of communication, including mutual gaze, in dogs may have been acquired during domestication with humans. We show that gazing behavior from dogs, but not wolves, increased urinary oxytocin concentrations in owners, which consequently facilitated owners’ affiliation and increased oxytocin concentration in dogs. Further, nasally administered oxytocin increased gazing behavior in dogs, which in turn increased urinary oxytocin concentrations in owners. These findings support the existence of an interspecies oxytocin-mediated positive loop facilitated and modulated by gazing, which may have supported the coevolution of human-dog bonding by engaging common modes of communicating social attachment.

Para saber mais: http://www.sciencemag.org/content/348/6232/333.full



Arqueologia mostra laços antigos entre cães e homens/Revista Science

terça-feira, 24 de fevereiro de 2015

Carta aberta aos novos veterinários

Vale a pena ler o discurso de Sergio Manzini na colação de grau dos formandos de 2014 da faculdade de Medicina Veterinária da FMU. O discurso foi feito na solenidade no Senac de Santo Amaro, na quinta-feira, dia 5 de fevereiro, e mostra com clareza os desafios dos novos profissionais.


"A minha vontade hoje é de apenas Fazer um pedido a vocês Novos Veterinários.

Mas, antes, quero dividir com vocês algumas observações que eu venho fazendo sobre eles que serão os pacientes e clientes de vocês.

Aqui no Brasil estão acontecendo muitas mudanças comportamentais que estão provocando uma verdadeira revolução nos costumes quando o assunto é tratamento, abandono e cuidado com os animais.

Muitos casais estão deixando de ter filhos e estão optando por ter animais de estimação, mas a dedicação a esses bichinhos está sendo igual ou até maior do que se fosse com uma criança e o reflexo desse comportamento é muito grande.

Hoje, cachorros vão de perua escolar para as ditas creches, para não ficarem o dia todo sozinhos em casa e lá têm brinquedos, piscina, cuidadores, professores etc.

Hoje, temos os especialistas em grande porte, pequeno porte, aves, répteis, tem oftalmologista, dermatologista, dentista, cardiologista e outras várias especialidades.

Aqueles que se dedicarão principalmente aos chamados “animais de pequeno porte” se preparem, pois vocês não serão vistos como veterinários, mas sim como pediatras, professores, cuidadores, tios, etc.  Minha filha fez estágio numa clínica que também tem a tal creche e acreditem, no final do ano, vários cachorros levaram presentinhos de Natal para a Tia que cuidou deles...

Hoje, está mais fácil encontrar uma clínica veterinária ou um pet shop do que uma farmácia.       Já existe até convênio médico pet.

Vários hotéis para nós humanos já estão aceitando animais para não perder cliente,,,

Antigamente quando o problema de saúde era um pouco mais grave, já surgia aquela perguntinha:  Dr., não tem aquela injeçãozinha para acabar com o sofrimento dele ?   grande desculpa essa do “sofrimento dele” !!!  Hoje, até cadeirinha de rodas já tem para eles...  Quanta diferença...

Até os testes de novos produtos em animais está quase chegando ao fim.

É, parece que finalmente a valorização dos animais chegou.  E quando falo animais não falo só de cachorrinhos e gatinhos... É geral !!!    Até no excesso de jumentos no Rio Grande do Norte os defensores se envolveram,  ou quando aparece alguém maltratando um cavalo numa carroça, todo mundo já cai de pau.

É claro que as redes sociais têm uma importância fabulosa nessas mudanças, pois tudo nelas ganha muito espaço e divulgação e, para os animais, isso é excelente.  É através delas, (as redes sociais) que tomamos conhecimento de mudanças na legislação e também vamos descobrindo a enorme quantidade de associações e ONG’s que estão se formando em prol dos animais, como:

Clube dos Vira-latas; Associação Natureza em Forma; Associação Maxmello de Amparo à Vida Animal; AcãoChego;
e Associação Vivacão: na qual um Padre que cuida de 200 cachorros e usa toda a verba que consegue nos casamentos que faz para comprar ração e cuidar dos animais. Ele não se acanha em postar sua mensagem no Face:  “hoje estamos sem dinheiro para comprar a ração dos animais...”.  essa é uma luta diária dele
Asseama: Para os seguidores da doutrina espírita, esta é uma casa kardecista voltada exclusivamente para atendimento aos animais.   Eles também tem um local que chamam de Santuário, onde mantém vários animais resgatados.
Cãodomínio: Em Florianópolis, um senhor montou um condomínio para cães de rua numa praça pública e ele mesmo cuida da manutenção.

A coisa está melhorando tanto para os animais que até o número de vegetarianos está aumentando e muito.   E na cola dos vegetarianos estão vindo os radicais Veganos.  Eu uso a palavra “radicais” não como crítica, muito pelo contrário, uso pela pura força da palavra, pois além de não comerem a carne de nenhum animal, eles também não se utilizam de nada que tenha origem animal.  Desde os comuns derivados, tipo leite, queijo, ovos, como também couros, lã.  Nem gelatina eles comem, pois também tem origem animal.

Tenho uma amiga vegana que adora usar uma camiseta com o desenho da cara de uma vaca e com os dizeres: “vai tomar o leite da sua Mãe”.

Tem mais uma coisa que eu gostaria de destacar, que a princípio é um pouco feia, mas se olharmos com outros olhos, até dá pra entender.  Hoje muitas pessoas estão pegando animais abandonados e deixando na frente das clínicas. São caixas cheias de filhotes ou cachorrinhos doentes ou tem aqueles que os deixam pra tomar banho e não voltam para buscar.   Entendo que as clínicas não gostem disso, pois com certeza representa um gasto a mais, mas se a gente olhar por um ângulo diferente, o fato das pessoas estarem fazendo isso, é um sinal de que o ser humano está mudando e mudando para melhor.  É uma demonstração de que os homens já não estão mais tão indiferentes aos bichinhos abandonados.  Melhor isso do que largar pelo mundo, como alguns poucos ainda fazem.  Por outro lado, tenho certeza de que essa caridade, que as clínicas fazem “aceitando” esses “abandonados”, será recompensada de alguma forma, não faltando nada para elas.



Será que está havendo uma Humanização no tratamento dispensado aos animais ??  Sinceramente, eu não chamaria de humanização...   Isso está mais para animalização no tratamento dos animais, pois nós humanos estamos é aprendendo com os animais, o que é uma amizade pura e sincera, o que é o tal amor incondicional e o que é respeitar um ser vivo, independentemente de sua espécie ou raça.


Bem,  dito tudo isso,  eu gostaria de finalizar as minhas palavras com um pedido direcionado a vocês Novos Profissionais da Medicina Veterinária:


Reservem nas agendas de vocês, algum tempo como doação, ajudando a essas ONG’s  e  Associações, seja em tratamentos, cirurgias ou em campanhas de castração, afinal esses legítimos "sem-teto", “sem-comida”, “sem-carinho”,    dedicam a vida deles para nós e diante disso, o que serão algumas horinhas cuidando deles ?

Nós da plateia, podemos doar ração e até carinho, mas vocês podem salvar vidas.

Muito obrigado e Que Deus abençoe a todos vocês.

Sérgio Manzini

(O autor do discurso é pai da médica-veterinária Anna Manzini, formada nesta turma)